Dicas para ententer crianças presas em casa

Educar crianças: as bases de uma educação socioemocional, Editora Sinopsys

Educar crianças: as bases de uma educação socioemocional - um guia para pais, educadores e terapeutas, do escritor Renato M. Caminha, pela Sinopsys Editora.
A obra é destinada aos pais, educadores e terapeutas, mas é muito mais do que isso, é muito boa, é enriquecedora para a criação e também para educação de crianças. O autor expõe seus conhecimentos e experiência clínica, numa linguagem leve, informal e com admirável senso de humor.

O livro mostra que não há apenas um caminho para a construção de famílias saudáveis e que cada ser humano possui uma individualidade. Ou seja, não há manual de instruções, não há receita de bolo para educar filhos. E afirma que existe necessidade de preparação para a chegada do bebê. Que o dinheiro pode facilitar a vida, mas não torna ninguém um bom pai ou mãe. Aconselha que se imagine tudo sobre o bebê, mesmo quando ele ainda está na barriga. Que o exercício mental favorece a capacidade de adaptação às novidades e resolução de problemas: imaginação e criatividade estão interligadas. E diz: "prepare seu coração e sua paciência".
Particularmente, pela primeira vez encontrei a ideia que tanto eu apoio e defendo, apresentada da maneira mais clara e real. Quando ele destaca a importância das redes de apoio à criação dos filhos. Isso mesmo, entenda como rede de apoio não só a família, os pais, mas, os padrinhos, vizinhos, amigos próximos. E, que os avós são peças essenciais, tanto no sentido físico de suas presenças quanto às suas disponibilidades afetivas. Manter uma parentalidade saudável, mesmo que a conjugalidade naufrágio. Assim, "na frente das crianças morram abraçados, se unam, depois, discutam suas diferenças".

Aconselha que se evite gritar nas brigas. Gritos ativam a luz vermelha de perigo no cérebro. Evitar mesmo gritar com seus filhos. O cérebro humano possui uma programação que se refere à incapacidade de pensar direito em meio à gritaria, ativando reações típicas como: taquicardia, sudorese, visão turva, entre outras.

Chama atenção que crianças que costumam jogar e manipular os pais em casa tem mais dificuldade de internalizar regras sociais no futuro. Então, "limite seu filho! Caso contrário, a sociedade o fará, e de maneira mais dura possível". Vale lembrar e reforçar: "há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura". E ainda diz, que a vida íntima do casal deve ser mantida na privacidade. O sexo entre os pais visualizado, percebido ou ouvido pela criança pode desperta-la a extremos, indo desde a hipersexualidade até a aversão futura por interações afetivas de ordem sexual.

O autor coloca que a melhor maneira de comunicar algo é olho no olho. Que é hora de imitamos nossas sociedades indígenas, que quando há necessidade de se comunicar algo a uma criança, o adulto se posiciona a uma altura na qual seus olhos fiquem alinhados com os olhos dela: comunicação curta direta, apropriada ao entendimento da criança. E ressalta a importância do cultivo da espiritualidade, que nada tem a ver com religiosidade.

Enfim, trata da grande importância das emoções como essência do funcionamento humano. Que o mundo parece estar acordando definitivamente para a ideia de que precisamos educar nossas crianças não apenas cognitivamente, mas também sócio emocionalmente. Outros muitos capítulos merecem toda nossa apreciação, como o tema: "dormir com os filhos", e também, "papai e mamãe também erram e pedem desculpas", "hora de falar das coisas delicadas", "comer, dormir e rezar", e, "emoções: a essência do funcionamento humano".

O autor realmente consegue o que tanto espera, quando diz: "espero que este livro seja como uma onda, sacudindo, em alguma medida, suas ideias sobre como lidar com as relações, sejam elas entre pais e filhos, entre os membros do casal ou entre terapeutas e paciente, ou mesmo sobre como manejar sua própria vida pessoal". Para nós pais e educadores, este livro é um presente necessário.
Parabéns Editora Sinopsys, e mais ainda, parabéns Prof. Renato M. Caminha.

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