UM DIA, UM RIO

UM DIA, UM RIO de Leo Cunha e ilustrações de André Neves.

Quando vi que minha amiga @mardehistorias ia no pré lançamento do livro pra ouvir o próprio André Neves falar do livro, não tive dúvida: pedi pra ela comprar o livro pra mim.

E chegou ontem. Olha o timing! Hoje faz 1 ano do desastre em Mariana, MG. Muito triste.

O livro conta poeticamente o acontecimento narrado pela perspectiva do Rio.

A poesia e as ilustrações casam perfeitamente, respeitando silêncios de lágrimas, desesperos, gritos e também daquela prostração de choque que as vezes temos, diante de situações inacreditáveis. Silêncios que ficaram presos nas gargantas e olhos de todos.

O livro serve de registro, de lamento, para que isso nunca mais aconteça. Lembrando que por onde o homem passa, ele transforma as coisas ao seu redor... E claro, nem sempre para o bem. Esse desastre foi feito e é culpa de homens, dezenas, talvez centenas de homens. Desde que o Brasil era colônia exploram Minas Gerais (daí o nome até). Centenas de anos tirando da terra, tirando da terra e transformando a paisagem. Anos de barragem e de pessoas que não acreditavam que, por ela ser grande, que uma rachadura, poderia causar algo sério. Dezenas de pessoas negligentes... Mais uma vez comprovando que a mão de obra no Brasil é super desqualificada. Que as maioria das pessoas está nos empregos pra receber dinheiro e ter direitos, e nem um pouco preocupadas como o exercício correto de suas funções, que podem prejudicar os outros, direta ou indiretamente.

O livro apresenta o Rio como um menino que é surpreendido pelo inesperado marrom do barro e tudo mais que veio junto. Um jeito bonito (se é que se pode falar assim de uma coisa horrível dessas) sobre o desastre ambiental que abalou a Bacia do Rio Doce, e o Brasil todo, em 2015.